segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Texto gentilmente cedido pelo nosso amigo Cabeça


A MACHINA DE HABITAR E DE VESTIR

Na arte contemporânea de vestir está a inspiração melhor da architetura moderna. O que se vê num corpo de mulher? O essencial, o indispensável. O equilíbrio entre os conceitos de utilidade e de belleza, formando a esthetica que sempre foi a consagração do inútil e do supérfluo sujeita como qualquer de nós às leis da economia. Devemos um abraço a todas as mulheres, pois mais e antes que os modernistas chegaram à verdadeira compreensão da arte moderna. Um vestido é a amostra viva e impressionante duma arte que é moderna porque é de hoje e de todos os tempos de verdadeira arte. A valorização do essencial, panno quanto menos, decoração inexistente ou mínima. Não se pense no entanto que isso seja uma volta à natureza. No seu estado actual de desenvolvimento o homem não supporta mais o natural. O natural seria a mulher núa e de cabellos compridos. Essa espécie de mulher o homem não enxerga. E a mulher que o homem não enxerga não existe. Porque a mulher nasceu para os olhos dos homens como a bolsa dos homens para as mãos das mulheres. É nelles que ellas se dependuram para as suas cambalhotas mais ou menos mortaes. Dançar, rezar, fazer presentes a Deus. Ora, si o nú é a não existência, a mulher tem que vestir para ser. Veste logo é. O merecimento do vestido não é apenas philosophico ou methaphisico, como pode parecer. É esthetico. E está nisso a sua parte melhor. A mulher conseguiu fazer da sua existência uma viva e eterna arte moderna. Desafio que me digam o contrário. A mulher não vive a vida, vive a arte.

A architetura modernista procura a originalidade e as emoções estheticas dentro da utilidade, do artificial, do essencial. Uma casa não terá enfeites inúteis e anachronicos. A decoração ficará para as casas suspeitas dos nouveaux riches e dos velhos ricos com afincadas raízes no mau gosto. Nenhuma peça - é uma machina - poderá existir se não tiver função certa e definida. Lugar para poeira e baratas e teias de aranha tem bastante na cabeça dos homens. A belleza cabe perfeitamente dentro do essencial. Os passadistas que censuram o nosso século como a época do chauffeur e da machina e dizem que os homens vão sendo comidos pelas machinas que elles mesmos inventaram, são os que mais escandalosamente são dominados pelo material - e que material! Bugigangas e cacarécos de um bric-a-brac sentimental. Pelo contrário é controlando e domesticando a natureza que se prova o espiritual e o transcendente do homem. E é pela machina que esse controle e esse domínio se tornam possíveis.

Ainda desta vez, não disse o que queria. Da próxima quem sabe.

Apolônio Hilst (1920-1930)

terça-feira, 4 de agosto de 2009

LapTopoá



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